domingo, 7 de outubro de 2007

Matéria-prima ou produto de exportação?

O futebol brasileiro passa por uma fase de escassez de bons jogadores. Mas, esta não está relacionada à qualidade deste tipo, sim na sua quantidade. Cada vez mais jovens jogadores, que despontam como prováveis craques, são negociados com o futebol do exterior. Esses negócios não se restringem mais à nata da Europa como em tempos passados. Agora todos os cantos do mundo. A Ucrânia, Rússia, Baihen e etc. estão sendo os destinos destes diamantes brutos. Por isso a pergunta, matéria-prima ou produto exportação.

Os clubes se vêem numa situação em que ele é a parte mais fraca na rede de negócios do futebol brasileiro. São hoje os formadores dos futuros craques, não os detentores deles. Investem sabendo que o retorno tem uma probabilidade pequena de ocorrer. Este retorno é quase que exclusivo ao empresário de jogadores detentores, já na infância em muitos casos, do passe destes diamantes. Às vezes o futuro jogador nem chega a se profissionalizar no país e é transferido para o exterior.

Culpa-se a Lei Pelé por está situação. Mas, ela trouxe um avanço enorme para o relacionamento clube-jogador, em que este último era quase um explorado da bola. O que faltou para os clubes brasileiros foi uma visão de mercado e uma execução de um plano estratégico para amenizar as futuras disparidades da Lei Pelé, pois esta sinalizava a mudanças do mercado da bola no Brasil. Poucos foram os clubes que se preparam para essas mudanças. Aquele que está no topo hoje, o São Paulo, foi um destes.

Discussões sobre esta conjuntura apresentada devem se tornar corriqueira nos noticiários esportivos, mesas redondas, assembléias legislativas, reuniões de cartolas e principalmente nas mesas dos bares. Não podemos chegar a situação de perdemos a oportunidade de vermos um futuro craque despontar em nossos gramados.

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