quarta-feira, 31 de outubro de 2007

A tomada de decisão

A tomada de decisões é a identificação de um problema especifico e escolha de uma linha de ação para se resolve ou aproveitar uma oportunidade. É uma parte importante do trabalho de todo o administrador. Surge um problema quando uma situação existente difere da situação desejada, mas pode ser também uma oportunidade disfarçada.

O processo de identificação do problema é intencional e intuitivo e geralmente quatro situações alertam os administradores para os problemas: quando o padrão anterior de desempenho da organização foi quebrado, quando as; projeções e expectativas do administrador não estão sendo realizadas, quando outras pessoas trazem os problemas, e o desempenho dos concorrentes. As oportunidades perdidas criam problemas para as organizações, e elas vezes são encontradas enquanto se resolvem os problemas. O método de indagação dialética é um método de análise de problemas em que o administrador determina e nega suas suposições, e em seguida cria "contra-soluções” baseadas nas suposições negativas.

Os administradores divergem muito no que consideram ser um problema e em como decidem resouvê-lo. É necessário que aprendam a estabelecer prioridades e a delegar problemas menores aos subordinados. Assim como devem saber também diferenciar situações que necessitem decisões programadas, que são tomadas de acordo com políticas, procedimentos ou regras, e decisões não-programadas que se destinam a problemas incomuns ou excepcionais. Como a maioria das decisões envolve algum elemento futuro, os administradores devem ser capazes de analisar a certeza (altamente previsível), o risco ( pouco previsível), a incerteza (não previsível) e a turbulência (altamente imprevisível).

O modelo racional de tomada de decisões é o processo de quatro etapas que ajudam os administradores a pesar alternativas e escolher a que tiver melhor chance de sucesso. Dentre as quatro etapas estão: examinar a situação, criar alternativas, avaliar as alternativas e selecionar a melhor, e implementar e monitorar a decisão. O modelo racional trata os administradores como máquinas de tornar decisões, mas na verdade eles usam a racionalidade limitada para escolher uma alternativa que lhes satisfaça e usam também heurísticas como regras empíricas e deixam que os vieses tendenciosos distorçam suas decisões.

Existem dois critérios para se prever a eficácia de uma decisão. O primeiro é a qualidade objetiva de um.a decisão que é determinada pela qualidade da condução do processo funcional de decisão; o segundo é a aceitação por parte, que devem executá-la que é determinada pela natureza da decisão e por quem a toma.

Tradicionalmente, a responsabilidade final pela tomada de decisão é dos administradores, que podem persuadir ou compelir os subordinados a obedecer. Estes por sua vez possuem excelentes razões para resistir a uma decisão. Uma boa solução para isso é envolvê-los na tomada de decisão.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

A estrutura organizacional

Estrutura organizacional é a forma que as atividades de uma organização são divididas, organizadas e coordenadas. O processo de organização é composto por cinco etapas: traçar objetivos, dividir o trabalho, departamentalizar, coordenar as atividades e monitorar a organização.

A divisão do trabalho, também chamada de especialização de tarefas, baseia-se na observação de que a produtividade aumenta quando se especializam as tarefas, contudo a simplificação do trabalho pode levar à alienação no trabalho. Para a departamentalização da organização, os administradores costumam usar um organograma, onde cada retângulo representa uma divisão de trabalho e o modo como as tarefas são departamentalizadas. Num organograma pode ser observado o alcance de gerência, que diz respeito ao número de subordinados que se reporta diretamente a um dado administrador. Alcances de gerência estreitos criam estruturas organizacionais altas, e alcances amplos criam estruturas organizacionais achatadas. Os organogramas são úteis para mostrar a estrutura fonnal da organização e que é responsável por determinadas tarefas. Entretanto, os organogramas tendem a esconder muitas características da estrutura organizacional, como por exemplo ele não pode captar os relacionamentos interpessoais que formam a estrutura informal. Os departamentos de uma organização podem ser estruturados de três modos: função, produto/mercado e matricial. A estrutura funcional reúne num departamento todas as pessoas envolvidas em uma atividade ou em várias atividades relacionadas; a organização por produto ou mercado reúne numa unidade de trabalho todas as pessoas envolvidas na produção e marketing de um produto ou de um grupo de produtos relacionados; na estrutura matricial, os dois tipos de estrutura existem simultaneamente.

Coordenação é o processo de integrar objetivos e atividades de unidades de trabalho separadas com o objetivo de realizar com eficácia os objetivos da organização, sendo necessária para superar a diferenciação, que diz que as diferenças nos estilos de trabalho podem complicar a coordenação das atividades de uma organização. A comunicação é a chave para a coordenação eficaz, e para se chegar a eficiência são utilizadas três maneiras: usando técnicas básicas de administração, aumentando o potencial de coordenação e reduzindo a necessidade de coordenação. O projeto organizacional é o processo de escolher uma estrutura organizacional que seja adequada a uma determinada estratégia num determinado ambiente. Durante anos vários teóricos criaram abordagens e com elas vieram novos modelos organizacionais, cada nova abordagem criada tentava superar as anteriores, criticando e criando novos modelos administrativos.

O contínuo fracasso dos administradores em prever e se adaptar às mudanças ambientais, o fato de a informação certa deixar de chegar às pessoas certas na hora certa e a desatualização da empresa são sinais que indicam a necessidade de reorganização das organizações. E é necessária para superar a diferenciação, que diz que as diferenças nos estilos de trabalho podem complicar a coordenação das atividades de uma organização.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Administrando a mudança e a inovação nas organizações

Mudança planejada vem a ser o projeto e a implementação deliberadas de uma inovação estrutural, de uma nova política ou objetivo, ou de uma mudança na filosofia, no clima ou no estilo operacional. Existem três motivos para as organizações realizarem programas de mudança planejada: 1) mudanças ambientais ameaçam a sobrevivência da organização; 2) mudanças ambientais oferecem novas oportunidades de prosperidade; 3) a estrutura da organização está reduzindo sua velocidade de adaptação às mudanças ambientais.

A Teoria do campo de forças de Kurt Lewin diz que o comportamento é o resultado de um equilíbrio entre duas forças, uma que empurra em direção à mudanças, e outra que resiste à mudança e buscar manter a estabilidade. As forças principais de resistência são a cultura organizacional, os interesses pessoais e as percepções dos objetivos e das estratégias da organização.

Lewin estudou como realizar mudanças de maneira eficaz, segundo ele o processo de mudança fracassa porque as pessoas não estão abertas à mudanças, e aquelas que as aceitam não as levam a diante, pois acabam voltando a praticar os hábitos anteriores. Para evitar que isso aconteça ele criou um modelo que segue três etapas: descongelar, mudar e recongelar. Uma organização pode ser mudada alterando-se sua estrutura, por exemplo modificar o fluxo de trabalho; alterando-se sua tecnologia, reformulando estruturas e operações de trabalho; alterando-se seu pessoal, através de mudanças de atitude, expectativas e percepções; ou fazendo-se alguma combinação dos três aspectos.

O Desenvolvimento Organizacional (D.O.) é uma abordagem de longo prazo e objetiva que leva a organização inteira a um nível mais elevado de funcionamento ao mesmo tempo em que melhora muito o desempenho e a satisfação de seus membros. O D.O. concentra-se na cultura organizacional porque ela molda as atitudes do emprego e determina o modo como a organização interage com o seu ambiente. O D.O. focaliza suas atividades nos indivíduos através da sensibilização, em grupos pequenos de duas ou três pessoas pelo método de análise transacional, em equipes ou grupos utilizando consultoria de processo ou formação de equipe, em relações intergrupais através de reuniões de confrontação, e na organização como um todo utilizando a técnica de feedback de levantamento.

A administração define criatividade como a geração de uma nova idéia, e inovação como a transformação de uma nova idéia em algo útil para as organizações. Os indivíduos diferem na capacidade de transformar seus talentos criativos em resultados, assim como as organizações diferem em sua capacidade de transformar os talentos de seus membros em novos produtos. O processo criativo nas organizações envolve três etapas: geração de idéias, processo de solução de problemas ou desenvolvimento de idéias, e implementação.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

As entrelinhas marxistas no estudo sobre a expropriação do camponês

A relação poder e direito sobre a propriedade está inserida em nossa realidade há muito tempo. Na época do sistema feudal tal fato era acentuado. Quando o direito sobre a propriedade passa a ser daqueles que possuem maiores riquezas, o camponês se vê numa situação que a forma de ele sobreviver se dará pela venda do seu trabalho. Sua propriedade sobre a terra diminui gradativamente, enquanto a nascente classe dominante tem sua propriedade aumentada de forma gradativa também, chegando-se a tal situação.

Marx faz um relato crítico de como este processo se deu, demonstrando todos os pormenores que a história factual não mostra. Suas críticas influenciam aqueles que se vêem na situação dos camponeses. Sua análise da relação sobre a expropriação da terra nos faz enxergar a nascente relação explorador-explorado sustentada pelo capital. Por conseguinte, o presente trabalho tem como objetivo demonstrar a análise marxista sobre a expropriação da terra. A ideologia de Karl Marx está presente em todo os seus textos. Suas idéias são influenciadoras. No livro 1 O Capital não poderia ser diferente. Ao lê-lo podemos da de encontro com o nascedouro do capitalismo. Particularmente no assunto referenciado no presente trabalho, verificamos em suas linhas a situação desesperadora daquele que viria o compor o lado explorado do capitalismo: o camponês. Em todas as passagens do Capitulo 24, “A Chamada Acumulação Primitiva”, na 2ª seção intitulada “Expropriação dos Camponeses”, podemos adquirir um posicionamento crítico acerca de como foi forjado o proletariado e como a burguesia tornou-se. Nesta passagem vemos como a propriedade da terra tornou-se fator preponderante para a dominação do novo sistema econômico até os dias atuais.

Ele crítica o papel omisso das instituições que tinha poder para amenizar o acumulo da propriedade da terra por parte da burguesia. Entretanto, estas também estavam perdendo seu poderio e estavam preocupadas em garantir o pouco que lhes restaram. Também ressalta o quão desastroso foi a formulação de leis que permitiram a degradação camponesa, constituídas nas chamadas “leis sanguinárias”. Por fim, articula as premissas da limpeza das propriedades, “a qual consiste em varrer destas os seres humanos”, os transformando em fator de produção e dando destaque para as máquinas que poderiam fazer grande parte do trabalho humano. Podemos afirmar que a expropriação dos camponeses favoreceu plenamente a burguesia. Isso é mais que evidente, mas seu destaque nos faz pensar se poderia ter sido diferente tal fato, possuindo os camponeses o conhecimento literário, cientifico, dentre outros, que estavam em poder da Igreja e do Estado e que foi adquirido pela burguesia, por ser detentora daquilo que movia o mundo, ou seja, o capital. Tal situação nos faz imaginar se na época da expropriação dos camponeses tratada por Marx, os mesmos estivessem agrupados de forma organizada, os impactos causados pelo capitalismo poderiam ser menores.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

O Serviço de Saúde da UBS

A Organização Hospitalar é parte principal que integra um sistema coordenado de saúde, cuja função é dispensar à comunidade completa assistência à saúde, preventiva e curativa, incluído serviços extensivos à família, em seu domicílio, e ainda um centro de treinamento médico e para-médico e de pesquisa bio-social . O Sistema Hospitalar é formado pelo Governo, Comunidades, Organização Mundial de Saúde e outras Organizações Interagentes, sendo que o centralizados deste sistema são as Organizações Hospitalares.

Podemos considerar corno Outras Organizações Interagentes, os fornecedores de materiais, outras Organizações Hospitalares e outras organizações que com ela mantêm vinculo. A Unidade Básica de Saúde (UBS), já pelo próprio nome, é urna Organização Hospitalar que oferta serviços de saúde de nenhuma complexidade, mas que possui todas as características inerentes ao serviço de saúde.

Serviço é conceituado como um produto intangível que consiste em atividades, benefícios ou satisfação e que não resultam na propriedade de algo. O serviço de saúde segue o mesmo conceito, tendo como diferencial a cura ou diminuição de uma moléstia. Há também o resíduo do serviço, o qual consideramos o óbito. Tem como usuários os clientes de saúde (pessoas enfermas, familiares, acompanhantes e visitas), que são aqueles que podem ou não consumir o serviço de saúde. Conhecer esta poucos conceitos é de suma importância para um Gestor Hospitalar que atua numa UBS.

domingo, 14 de outubro de 2007

A Divisão Social do Trabalho na conjutura da solidariedade mecânica e da solidariedade orgânica

A relação entre os indivíduos e a coletividade pode ser explicada pela Divisão Social do Trabalho. Porém, tal crivo só tem força de argumentação ao se entender a conjuntura que cerca as bases conceituais da solidariedade orgânica e da solidariedade mecânica, estudas a finco por Durkheim. Foi ele que deu base de sustentação para tais tipologias, pois são seus argumentos que criam o arcabouço teórico para elas.

Conhecer a conjuntura destas tipologias se faz de suma importância, pois se retira daí o entendimento do funcionamento das sociedades anteriores a nossa e que influenciaram-nos. A divisão deste artigo tenta demonstrar esta conjuntura e fazer uma discussão de seus pontos críticos, podendo vir a concluir como defensor de uma das tipologias ou até mesmo de nenhuma.
A solidariedade mecânica é tida como uma solidariedade por semelhança, onde os indivíduos não se diferem. Estes se assemelham por serem possuidores dos mesmos sentimentos, os mesmo valores, tendo os mesmo objetivos reconhecidos com algo sagrado. A consciência coletiva age para que estes requisitos da solidariedade mecânica estejam coesas. Durkheim conceitua a consciência coletiva como sendo “o conjunto dos sentimentos comuns à média dos membros de uma sociedade”. Através desta, cada pormenor de uma sociedade é defino com precisão. Os detalhes relativos são impostos pela consciência coletiva.

Como esta tipologia atenta para a homogeneidade da sociedade, a Divisão Social do Trabalho pode ser vista pela ótica econômica, que argumenta ser esta a busca, através da racionalidade, do aumento da produção. A ótica econômica sustenta que há diferenciação social, já que, para a produção ocorrer de forma continua e com tarefas que exijam especialização, os indivíduos devem ser diferentes, possuir pensamentos diferentes, o que vai de encontro com as premissas da solidariedade mecânica.

Quando Durkheim caracteriza os tipos de solidariedade ele utiliza dois tipos de direito, pois a coercibilidade é exercida na sociedade através das leis, sendo eles o direito repressivo e o direito restitutivo. O primeiro é aquele que pune os crime ou faltas, que exerce a coerção nos atos que infligem a concepção da consciência coletiva, revelando esta na solidariedade mecânica. O direito restitutivo tem como essência à reposição em ordem as coisa quando uma falta é cometida, ou a organização da cooperação entre os indivíduos.

Podemos visualizar a solidariedade mecânica em sociedades antigas, onde o pensamento individual não se sobrepunha ao coletivo. Mas, não há impedimentos de ela esta presente em sociedades modernas ou até mesmo contemporâneas. Na solidariedade orgânica os indivíduos não se assemelham, são diferentes. Existe o coerente coletivo através do consenso. Durkheim compara a solidariedade orgânica com os órgãos dos indivíduos, que possuem uma diferenciação, mas agem em conjunto. E nessa tipologia que podemos encontrar uma heterogeneidade de idéia que formam uma única maior.

Onde há diferenciação dos indivíduos a liberdade de crer, de querer e agir conforme suas preferências, não sofrem coação do consciente coletivo. Este pode determinar até que ponto essas premissas podem ser consideradas benéficas para a sociedade. Mas, não as recrimina. O direito restitutivo é o responsável para as sanções necessárias para garantir a ordem. Nele a punição não fator preponderante, mas sim o restabelecimento do estados das coisas seguindo os ditames da justiça. Porém, o direito restitutivo não é a única forma de direito encontrada na sociedade onde predomina a tipologia orgânica. Soma-se a ela o direito cooperativo (como exemplo, temos o direito constitucional) que constitui “menos a expressão dos sentimentos comuns de uma coletividade do que a organização da coexistência regular e ordenada de indivíduos já diferenciados”. Nas sociedades modernas a relações são baseadas por meio de contratos. Esta não é a idéia de Durkheim. Para ele, numa sociedade com predominância da solidariedade orgânica não há a substituição da comunidade pelo contrato. A sociedade moderna se define à priori pela diferenciação social e não pelo contratualismo, que é uma conseqüência e manifestação. As tipologias de solidariedade são opostas. Essa oposição é combinada com a oposição entre sociedades segmentarias (aquelas em que há divisão especializada dos indivíduos) e aqueles onde a moderna Divisão Social do Trabalho está presente. Uma sociedade onde há predominância da solidariedade mecânica pode ser considerada uma sociedade segmentaria. Diz Durkheim que:“um segmento designa um grupo social onde os membros estão estreitamente integrados. Mas o segmento é também um grupo situado localmente, relativamente isolado dos demais, tendo vida própria.”

A solidariedade mecânica manifesta-se na sociedade segmentaria devido à ação da consciência coletiva, que torna esta uma sociedade em que suas partes possuem uma coesão de pensamento e ações. Noção este que diferencia a sociedade segmentaria da sociedade por semelhança. Esta última possuem os caracteres da solidariedade orgânica, devido à junção desta sociedade através do foco nos mesmos objetivos sociais.

A Divisão Social do Trabalho de Durkheim se diferencia daquela conceituada e estudada pelos economistas. Ele faz um estudo das tarefas e importância das instituições presentes numa sociedade e que influencia a maneira de agir, de pensar, de relacionamento dos indivíduos que compões uma sociedade qualquer. Por este mote, podemos entender o que ele pretender dizer ao afirma que: “o indivíduo nasce da sociedade, e não a sociedade nasce do indivíduo”.

A diferenciação racional da produção não é fator que explica a diferenciação social. Ela apenas pressupõe a diferenciação social através das tarefas que um indivíduo realiza na produção. Esta seqüência de tarefas demonstra que o indivíduo prevalece sobre a estrutura social. Mas, ocorre exatamente o contrário. Pelas explicações de Durkheim, ao analisar a estrutura das sociedades que são influenciadas pelas tipologias de solidariedade que ele estuda, é a estrutura social que prevalece sobre o indivíduo. Os fenômenos individuais se sobrepõem sobre o tipo social. Assim, torna-se importante conhecer a fundo as premissas da solidariedade mecânica e orgânica para termo um entendimento da Divisão Social do Trabalho de Durkheim. Sabermos que a diferenciação dos indivíduos é algo notório. Conhecermos a junção desta diferenciação através da consciência coletiva nos faz entender o papel que cada um possui na sociedade, seja individuo ou instituição. Podemos afirmar que conhecer como funciona a Divisão Social do Trabalho é de suma importância, pois através dela entendemos como a diferenciação social pode ser benéfica ou não de uma sociedade e como a coesão desta diferenciação pode ser alcançada através da consciência coletiva.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

O que deve prevalecer: a vontade da lei ou do legislador?

A produção moderna do Direito Positivo é a Lei, que é instituída seguindo interesses sociais. Por ser uma norma jurídica, não pode ser a expressão de uma vontade ou interesse individual, o que fere um dos caracteres do Direito que a Bilateralidade, e sim traduzir os interesses sociais.

Entretanto, na interpretação do sentido da lei levanta-se a dúvida em se pesquisar a vontade do legislador ou o pensamento da lei. Para solucionar essa questão, doutrinadores formularam duas teorias: A Teoria Subjetiva e a Teoria Objetiva. A primeira, que para alguns autores ela é originária da Escola Exegese na França, é incorrida pela técnica da revelação da vontade do legislador, pois este confeccionou o código, através do exame semântico das palavras que formam a lei. Descobre-se o pensamento do legislador com subsídios gramaticais, que deve ser acatado mesmo que o resultado da interpretação seja absurdo ou injusto. O mens legislatoris subordina o pensamento do interprete.

Por Conseguinte, a Teoria Subjetiva sofreu dura análise crítica e foi abandonada. A Teoria Objetiva surge para levar o interprete a vontade da lei, pois essa não é só um produto da vontade, mas do querer social. O legislador transcreve os interesses sociais para o código. Mesmo que o jurista Maximiliano considere que, como comenta o autor Paulo Nader (no livro Introdução ao Estudo do Direito, 23ª ed, Rio de Janeiro: Forense, 2003), "o indivíduo que legisla é mais ator do que ator traduz apenas o pensar e o sentir alheios, reflexamente, às vezes, usando meios inadequados de expressão quase sempre”. A Teoria Objetiva não abandona os planos do legislador, despreza apenas a mens legislatoris a favor do sentido objetivo da lei.

Assim, para responder o questionamento acima, é só retomar o que foi exposto no primeiro parágrafo e atentar para as premissas da Teoria Objetiva, para chegarmos à conclusão de que a vontade da lei deve prevalecer. Será que a concepção da Lei Geral das MPE ocorreu desta formar. Os trabalhadores autônimos, que seriam “os beneficiados” participaram desta concepção?

domingo, 7 de outubro de 2007

Matéria-prima ou produto de exportação?

O futebol brasileiro passa por uma fase de escassez de bons jogadores. Mas, esta não está relacionada à qualidade deste tipo, sim na sua quantidade. Cada vez mais jovens jogadores, que despontam como prováveis craques, são negociados com o futebol do exterior. Esses negócios não se restringem mais à nata da Europa como em tempos passados. Agora todos os cantos do mundo. A Ucrânia, Rússia, Baihen e etc. estão sendo os destinos destes diamantes brutos. Por isso a pergunta, matéria-prima ou produto exportação.

Os clubes se vêem numa situação em que ele é a parte mais fraca na rede de negócios do futebol brasileiro. São hoje os formadores dos futuros craques, não os detentores deles. Investem sabendo que o retorno tem uma probabilidade pequena de ocorrer. Este retorno é quase que exclusivo ao empresário de jogadores detentores, já na infância em muitos casos, do passe destes diamantes. Às vezes o futuro jogador nem chega a se profissionalizar no país e é transferido para o exterior.

Culpa-se a Lei Pelé por está situação. Mas, ela trouxe um avanço enorme para o relacionamento clube-jogador, em que este último era quase um explorado da bola. O que faltou para os clubes brasileiros foi uma visão de mercado e uma execução de um plano estratégico para amenizar as futuras disparidades da Lei Pelé, pois esta sinalizava a mudanças do mercado da bola no Brasil. Poucos foram os clubes que se preparam para essas mudanças. Aquele que está no topo hoje, o São Paulo, foi um destes.

Discussões sobre esta conjuntura apresentada devem se tornar corriqueira nos noticiários esportivos, mesas redondas, assembléias legislativas, reuniões de cartolas e principalmente nas mesas dos bares. Não podemos chegar a situação de perdemos a oportunidade de vermos um futuro craque despontar em nossos gramados.