quinta-feira, 25 de outubro de 2007

As entrelinhas marxistas no estudo sobre a expropriação do camponês

A relação poder e direito sobre a propriedade está inserida em nossa realidade há muito tempo. Na época do sistema feudal tal fato era acentuado. Quando o direito sobre a propriedade passa a ser daqueles que possuem maiores riquezas, o camponês se vê numa situação que a forma de ele sobreviver se dará pela venda do seu trabalho. Sua propriedade sobre a terra diminui gradativamente, enquanto a nascente classe dominante tem sua propriedade aumentada de forma gradativa também, chegando-se a tal situação.

Marx faz um relato crítico de como este processo se deu, demonstrando todos os pormenores que a história factual não mostra. Suas críticas influenciam aqueles que se vêem na situação dos camponeses. Sua análise da relação sobre a expropriação da terra nos faz enxergar a nascente relação explorador-explorado sustentada pelo capital. Por conseguinte, o presente trabalho tem como objetivo demonstrar a análise marxista sobre a expropriação da terra. A ideologia de Karl Marx está presente em todo os seus textos. Suas idéias são influenciadoras. No livro 1 O Capital não poderia ser diferente. Ao lê-lo podemos da de encontro com o nascedouro do capitalismo. Particularmente no assunto referenciado no presente trabalho, verificamos em suas linhas a situação desesperadora daquele que viria o compor o lado explorado do capitalismo: o camponês. Em todas as passagens do Capitulo 24, “A Chamada Acumulação Primitiva”, na 2ª seção intitulada “Expropriação dos Camponeses”, podemos adquirir um posicionamento crítico acerca de como foi forjado o proletariado e como a burguesia tornou-se. Nesta passagem vemos como a propriedade da terra tornou-se fator preponderante para a dominação do novo sistema econômico até os dias atuais.

Ele crítica o papel omisso das instituições que tinha poder para amenizar o acumulo da propriedade da terra por parte da burguesia. Entretanto, estas também estavam perdendo seu poderio e estavam preocupadas em garantir o pouco que lhes restaram. Também ressalta o quão desastroso foi a formulação de leis que permitiram a degradação camponesa, constituídas nas chamadas “leis sanguinárias”. Por fim, articula as premissas da limpeza das propriedades, “a qual consiste em varrer destas os seres humanos”, os transformando em fator de produção e dando destaque para as máquinas que poderiam fazer grande parte do trabalho humano. Podemos afirmar que a expropriação dos camponeses favoreceu plenamente a burguesia. Isso é mais que evidente, mas seu destaque nos faz pensar se poderia ter sido diferente tal fato, possuindo os camponeses o conhecimento literário, cientifico, dentre outros, que estavam em poder da Igreja e do Estado e que foi adquirido pela burguesia, por ser detentora daquilo que movia o mundo, ou seja, o capital. Tal situação nos faz imaginar se na época da expropriação dos camponeses tratada por Marx, os mesmos estivessem agrupados de forma organizada, os impactos causados pelo capitalismo poderiam ser menores.

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