quarta-feira, 19 de setembro de 2007

O estresse na vida organizacional

O estresse se origina da relação entre a pessoa e o ambiente em que ela se encontra. O estresse é uma alteração psicofisiológica do organismo, apresentável através de sintomas físicos e psicológicos, para reagir a uma situação de tensão e opressão. O estresse é um processo e não uma reação única, pois a partir do momento que uma pessoa é submetida a uma fonte de estresse, um longo processo bioquímico se instala, e cujo início se manifesta de maneira bastante semelhante, por sintomas como taquicardia, sudorese excessiva, tensão muscular, boca seca e sensação de estar em alerta.

Atualmente, o estresse é endêmico nas organizações e trata-se um problema alarmante uma vez que afeta a produtividade da empresa e a própria vida pessoal do trabalhador. O estresse é uma condição dinâmica, na qual uma pessoa é confrontada com uma oportunidade, restrição ou demanda relacionada com o que ela deseja.

De acordo com o pesquisador canadense Hans Selye há dois tipos de estresse: o “bom estresse” e o “mau estresse” referindo-se a eles como eutress e distress, respectivamente. O bom estresse é indispensável para a vida, pois além da resposta a pequenos agentes estressores ser benéfica, é também indispensável ao desenvolvimento das funções do ser. Já o mau estresse surge quando os acontecimentos da vida emocional e orgânica do indivíduo ultrapassam seu limite, seja por intensidade, qualidade ou quantidade. E os efeitos desse estresse dependem diretamente da raça, do sexo, da idade e da situação socioeconômica. Desta forma, no ambiente organizacional, o eutress corresponde a um ponto positivo, pois ajuda o trabalhador a solucionar problemas, que aparecem constantemente. Já o distress pode vir a trazer graves conseqüências.

É notório que o aparecimento do estresse nas organizações é resultante da interação entre o trabalhador e as condições ambientais de trabalho. Tais como: autoritarismo do chefe, a desconfiança, a pressão das exigências e cobranças, o cumprimento do horário do trabalho, a monotonia das tarefas, falta de perspectiva profissional, a insatisfação pessoal, sobrecarga de trabalhos sem pausa, tarefas monótonas, isolamento, falta de participação e de autonomia, conflito entre superiores e colegas, salário não satisfatório e condições físicas como ruídos, temperatura, luminosidade. Estes fatores contribuem para baixar o humor e também provocam o estresse.

Além desses , há os internos que influenciam no surgimento do estresse no ambiente de trabalho. Estes se referem às crenças e aos valores pessoais e está relacionado à personalidade e como reagir à vida. . Nem sempre o perigo ou as ameaças são reais, às vezes imagina-se ou interpreta-se uma situação como sendo perigosa ou ameaçadora. Em ambas as situações o organismo vai reagir da mesma maneira, provocando os sintomas do “estado de alerta”. Quando o perigo real é retirado, o organismo volta a seu normal, acabando com os sintomas. Quando o perigo é imaginário, o organismo fica constantemente em “estado de estresse”, diminuindo sua resistência a doenças, podendo assim, como resultado gerar uma úlcera, infarto ou outra doença qualquer.

As conseqüências causadas por tais agentes estressores podem ser drásticas para a vida do trabalhador e para a produtividade da empresa. pesquisas têm demonstrado o aparecimento de várias doenças como DORT, problemas psicológicos e, mais notadamente, problemas cardíacos. Pode-se destacar que o estresse ainda está relacionado a cargos específicos, como os caracterizados pela repetitividade das tarefas, monotonia e atenção constante. Pesquisas com bombeiros indicam que uma das principais fontes de estresse entre a classe não é o atendimento aos chamados de incêndio, mas sim a espera pelos chamados e a ansiedade associada à espera de pôr suas habilidades em prática. É o fluxo contínuo de incidentes relativamente “insignificantes” que quebra o tédio associado à vigilância e reduz o nível de estresse.

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