quinta-feira, 20 de setembro de 2007

A LER e a DORT no ambiente laboral

A LER é a lesão por esforços repetitivos que acomete os trabalhadores, seus principais sintomas são as dores em determinados locais principalmente nas mãos e nos ombros. A maioria destas pessoas é afastada dos empregos e recebem pensões especiais, indenizações e assistência diferenciada. Recentemente, surgiu o termo "distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho" (DORT). Este é muito abrangente, dispensa a relação causal, não exige qualquer explicação quanto ao mecanismo de acometimento, sendo suficiente à relação com trabalho.

De acordo com a Associação Brasileira de Ergonomia (1998) calcula-se que o custo com esta doença chega a ser de bilhões de dólares na América do Norte. No Brasil, o custo é maior que um milhão por funcionários ao ano.

Um grande evento na história da LER ocorreu em 1986 quando após reunião de consenso, o National Institute of Occupational Safety and Health (NIOSH), nos Estados Unidos, emitiu a seguinte declaração: "Quando as exigências do trabalho... repetidamente excedem a capacidade biomecânica do trabalhador, as atividades tornam-se indutoras de trauma. Portanto, traumatógenos são as fontes de lesões no local de trabalho que afetam o sistema músculo-esquelético". Com esta declaração o "distúrbio por traumas repetitivos" ("DTR"), tradução de "cumulative trauma disorder" ("CTD"), termo mais utilizado nos Estados Unidos, foi colocado na lista das preocupações nacionais. Funcionários de sindicatos e da segurança do trabalho, bem como a mídia, foram ágeis em avisar seus membros e o público em geral dos perigos potenciais do "DTR". O impacto econômico nas empresas foi dramático. Os prêmios dos seguros, nos Estados Unidos, que antes representavam 1% a 5% das folhas de pagamento, em alguns casos atingiram 30%, afetando a competitividade das empresas (dados da Academia Americana de Neurologia).

Os fatores do trabalho que podem provocar a DORT podem vir isolados ou agrupados dentre eles são: posturas inadequadas, carga estática, carga músculo-esquelética, pressões locais sobre os tecidos, invariabilidade das tarefas, fatores organizacionais e psicossociais ligados ao trabalho, grau de adequação do posto de trabalho, zona de atenção e visão, frio e vibrações.

A avaliação dos trabalhadores deve ser baseada nos exames físicos, no histórico clinico - ocupacional e na realização de testes de sinais. Deve-se também se ater aos aspectos psicológicos, pois estes podem influenciar a percepção de dor. Já que esta possui dois componentes: um físico, que pode ser real ou potencial (o paciente supõe que um evento pode ser fonte de dor) e um emocional ou psíquico.

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