sexta-feira, 24 de agosto de 2007

A configuração tecnológica da Nova Modelagem do Trabalho

A tecnologia desde sua aparição tem um relacionamento de transformação e destruição entre homem e trabalho. Ela facilita a vida do homem, permitindo que o mesmo tenha mais tempo de usar seus pensamentos e ter menos esforços. Ela remodela o trabalho e as organizações. . Sua evolução revira as concepções teóricas sobre os negócios. No estudo de tempos e movimentos, a tecnologia foi o fator que permitiu a realização e a pratica dos princípios de Taylor. Ford introduziu as concepções de produção em escala, que se utilizava da tecnologia aplicada ao estudo taylorista. Muitos outros podem ser os relatos que fazem da tecnologia o diferencial numa organização.

Entretanto, quando se fala em trabalho, a tecnologia possui as características de destruição latentes. Marx salienta que as máquinas utilizadas no fluxo de produção acabam criando o trabalho produtivo e o improdutivo. O produtivo é aquele executado pelo trabalhador e o improdutivo aquele que gera a mais-valia, que valoriza o capital. Este último é que se predomina nas organizações ao longo do tempo. São as tecnologias industriais que substituem a força física do trabalhador.

Jeremy Rifkin, em O Fim dos Empregos, faz uma análise bastante critica de como as organizações mudam sua produção em detrimento do descarte do trabalhador. O fator largamente utilizado para explicar a diminuição de postos de trabalho é a globalização. Ela alimenta a competitividade, pois o alcance de muitas empresas passa a ser global. Também força as organizações, principalmente as multinacionais, a acelerar a transição entre trabalhadores e seus substitutos mecanizados. E esta troca, gera um descontentamento daquele que não estava preparado para mudança e passa a ser descartável. Já Manuel Castells, no seu livro A Galáxia da Internet, fala que apesar da grande automação dos negócios, ainda há espaço para trabalhadores que participam passivamente da produção. Estes trabalhadores estão nos centros menos automatizados, com má distribuição de renda e com seus baixos salários, por vezes em sub-emprego, tornam-se bons investimentos para as empresas, apesar dos encargos trabalhistas serem altos.

Essas mudanças causadas pela automação do trabalho criam um ambiente de incerteza. Os empregos cada vez mais diminuem, apesar de que o fluxo de trabalho está em ascendência. Essas mudanças alteram a forma de agir dos trabalhadores, porque sem perspectiva de emprego, problemas sociais e pessoas vêm à tona.

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