quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Liverpool: estatal chinesa

As mudanças mercadológicas ocorridas no futebol, tanto dentro quanto fora do campo, deram aos clubes de futebol personalidade organizacional de empresa. Além de uma gestão profissional eles ganharam a terminação de S/A ou Ltda. E é na Inglaterra que essa personificação é mais feroz.

Nos últimos anos, devido a essa nova característica do mundo do futebol, os clubes ingleses saíram das mãos dos sócios torcedores e passaram a terem como sócios majoritários estrangeiros milionários e aficionados por futebol.

Arsenal, Aston Villa, Birmighan, Chelsea, Liverpool, Manchester United, Manchester City, e Sunderland forma a lista atual de clubes ingleses nas mãos de estrangeiros. No entanto, aqueles que encabeçam a lista dos mais famosos são o Manchester City que é propriedade do xeque Mansur bin Zayede al-Nahyan, membro da família real de Abu Dhabi e o Chelsea que pertencem ao oligarca russo Roman Abramovich.

Porém, aquele que deverá ser considerado como clube de controle mais inusitado será o Liverpool. Gravemente endividado e tendo como fiador o banco Royal Bank of Scotland, que já pressionou os impopulares atuais donos do clube, os americanos Tom Hicks e George Gillet a colocá-lo a venda em abril.

Hoje, quem aparece como o principal nome para adquirir o Liverpool e o mega-empresário chinês Kenny Huang. Muito se fala que ele está servido como forma de o Governo Chinês ser o proprietário do clube inglês, já que o fundo de investimento China Investment Corporation (CIC) seria o fiador do negócio e o terá como garantia de solvência do mesmo o clube.

Para esse fundo a aquisição do Liverpool seria uma bagatela. A China tem reservas em moeda estrangeira de cerca de US$ 2 trilhões, graças a sua balança comercial, e a CIC tem disponíveis US$ 332 bilhões para investimentos no mercado estrangeiro, onde já atua com fortes participações em recursos naturais e empresas do setor energia da Ásia, EUA e África.

Os ganhos que o torcedor do Liverpool terá esta na garantia de construção de um novo estádio e de recursos que poderão ser usados na formação de grandes times.

Assim, tal episódio reforça a idéia de que o futebol na sua atual conjuntura é um ótimo negócio, que atrai empresas e investidores dos mais variados seguimentos e que o amadorismo que ainda impera no Brasil faz nossa economia deixar de possuir a injeção de vultosos recursos.

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