quinta-feira, 7 de junho de 2007

A influência do ambiente de trabalho na Saúde Ocupacional

O ambiente de trabalho pode ser conceituado como a junção de pessoas e estrutura, que são indispensáveis para o alcance dos objetivos organizacionais. Este ambiente pode ter o caráter interno e externo. O interno é a próprio local do trabalho na empresa. O externo esta relacionado aos serviços a serem prestados fora do local de trabalho. Esta divisão possui características e forma diferentes de afetar a saúde dos funcionários.

Na nova economia, em que há destaque o trabalho cognitivo, a natureza do trabalho tornou-se uniforme. É trabalho uniforme ao se tratar de ergonomia, cuja perspectiva muda devido às tecnologias digitais. Advogados, técnicos de segurança, operadores de caixa, fazem o mesmo trabalho: todos eles digitam, estão sentados em frete ao computador e o utilizam, junto com o celular, para comunicar-se. Entretanto, a intensidade deste trabalho uniforme varia de acordo com as funções descritas nas atribuições de cada cargo. Há aqueles que são muitos repetitivos e que traz conseqüências a saúde física. E aqueles em que o contato com essa tecnologia é esporádico, mas que afetam a saúde mental.

O ambiente externo é muito mais intenso do que o interno. Nele o funcionário tem contato mais estreito com o público da organização e por vezes faz seu horário de trabalho estender-se além da carga horária descrita nas suas atribuições. As tecnologias digitais facilitam os processos de trabalho, porém podem trazer conseqüências ao funcionário no relacionamento com sua família, que se vê trocada por seu trabalho.

Hoje, o principal recurso a ser adquirido pelas organizações é o talento. Este está presente nas pessoas e é o que molda a competitividade das firmas. Para assegurar que as organizações o terão, estratégias de remuneração que o valorize são configuradas. Outro fator que ajuda às organizações a usufruir o talento das pessoas é a autonomia. A autonomia dada ao trabalhador lhe estimula ao comprometimento com o projeto da empresa. Porém, essa concepção muda a forma de caracterização dos trabalhadores. Ela acaba criando dois tipos de mão-de-obra: a genérica, aquela em que o trabalho pode ser flexibilizado e moldado pela tecnologia, e a autoprogramável, cuja natureza centra-se no cognitivismo do trabalhador. A perspectiva atual das empresas foca-se na necessidade de profissionais autoprogramáveis.

É essa complexidade que molda o ambiente de trabalho. Sua estrutura física e lógica transforma a forma que o trabalho é realizado. As relações interpessoais são estremecidas devido a esta nova configuração. As pessoas se sentem mais alienadas e sem uma perspectiva mais animadora. Essa complexidade ambiental é a causadora de enfermidades como depressão, estresse e a LER, que estão inseridas na saúde ocupacional.

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