sexta-feira, 22 de junho de 2007

A análise marxista sobre a expropriação da Terra

O capitalismo surge quando as propriedades deixam de existir da forma que eram nos sistemas feudal. Classes sociais foram se extinguindo para que o capital pudesse ganhar os seus moldes. A classe de trabalhador que começa a perde a sua identidade, chegando a quase não existir hoje, é o camponês. Eram assalariados que trabalhavam para o seu sustento e que nas horas de lazer, para os grandes proprietários. Tinha seu pedaço de terra por direito, mesmo que estivessem no sistema de vassalagem. Entretanto, a nascer da burguesia, ávida por garantir seu espaço social, pois eram quem fazia circular os recursos e a economia, fez com que as terras camponesas diminuíssem. A relação fornecedor-produtor-vendedor foi a causa.

O Estado também foi um agente importante de mudança. Mas, um agente que escolheu defender os interesses de quem lhe traria maiores vantagens. Marx sequencia a deploração por qual passa o camponês, que tinha direito a 20 acres de terra e com sucessivas legislações, ele passa a contentar-se com 2 acres de terra anexos a sua propriedade. Com a diminuição do direito a subsistência, nasce o pauperismo assim como as políticas assistenciais.

Não só os camponeses, mas a Igreja Católica e o Estado perderam suas terras para os proprietários da mais valia. Logicamente que os que mais sofreram as conseqüências desta expropriação de terras foram os primeiros. Os outros dois articularam politicamente para ter amenizada a usurpação, provocados pelos capitalista burgueses, que “transformaram a terra em mero artigo de comercio”. Caem na Alemanha em igual período as terras comunais, antes institucionalizadas. Aumentam o número de arrendatários de pequenas terras, “com contratos anualmente rescindíveis, gente servil, dependente do arbítrio do grande proprietário “ e que eram essenciais para a circulação e criação do capital.

No transcorrer do período discutido por Marx, o relacionamento entre agricultura e terras comunais tornou-se uma vaga lembrança. Com a limpeza das propriedades o processo de expropriação dos camponeses chega ao seu auge. A limpeza consiste em varre das propriedades vestígios que outrora seres humanos a habitaram. Os trabalhadores agrícolas perdem os seus meios de subsistência alem de sua moradia. Para Marx todas essas ações são os que ele chama de métodos idílicos da acumulação primitiva de capital. Analisado o que o autor expõe e os ideais que moldam o MST, fica evidente que a não organização dos camponeses em grupos, e por sua ignorância em conhecer o contexto em que estavam inseridos, foi o fator chave para serem as vitimas fatais da expropriação das terras.

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